Para quem assistia o show um pouco de longe, era possível
notar a movimentação do público mudando durante a apresentação. No início,
Eminem se prejudicou pelo show do Mumford and Sons, que acabou minutos antes do
seu começar, e ainda tinha muita gente chegando ao palco Skol. Depois de meia
hora de show, a arena principal do Autodromo de Interlagos estava completamente
lotada. E pouco antes das 23h, horário de encerramento do festival, a plateia
já se dirigia à saída.
Como não parou para respirar em nenhum momento, enfileirando
as músicas, Eminem dá a sensação de apresentar uma grande mixtape ao vivo. O
rapper continua com a mesma atitude que o fez chegar ao topo do mundo: letras
polêmicas, dedos em riste e muita movimentação no palco. Ao lado de Mr. Porter
e uma banda completa, o espetáculo de rap ficou completo. E pela quantidade de
sucessos cantados, até um despercebido que passasse pelo local cantaria os
versos de Stan, Toy Soldiers, Sing For The Moment e Lose Yourself.
Eminem retribuiu o calor do público com um setlist variado
para um sujeito com quase 20 anos de carreira. Foi uma seleção que misturou
diversos fases do cantor, e ainda conseguiu saciar a nostalgia de muitos fãs
presentes em Interlagos. Além disso, ele ainda conversou com o público em
algumas músicas, com destaque para a introdução de Monster, que fala sobre um
relacionamento abusivo; e para Not Afraid, quando ele falou sobre seu famoso
problema com drogas: "Fiquem loucos por mim, eu não posso com as
drogas", disse.
O rapper não só encerrou a noite com um show digno de
headliner, como representou a diversidade que o Lollapalooza emprega em seu
line-up. Ao mesmo tempo em que consegue colocar sucessos pop como Mumford and
Sons e Of Monsters and Men, o festival escala nomes como Bad Religion, Marina
and The Diamonds e o próprio Eminem. Variedade é o que não falta a este que um
dos melhores, se não o melhor evento de música do país.