Com Shady XV saindo na segunda-feira, Eminem fala
sobre os erros e acertos de sua gravadora.
Marshall Mathers entra no lobby de seu estúdio de gravação
em Ferndale, localizado num prédio comum, fortemente protegido no distrito
industrial da cidade. Ele se apresenta e oferece um aperto de mão que ele puxa
para um meio-abraço.
Numa rara entrevista com o jornal DETROIT News, Eminem fala sobre Shady XV, o novo projeto de dois discos que comemora os primeiros 15 anos de sua gravadora, Shady RECORDS. ele está acompanhado por seu empresário e parceiro de negócios, Paul Rosenberg, com quem ele lançou a Shady RECORDS em 1999.
Eles têm uma estreita aliança que começou como relação de negócios e se tornou uma amizade e, juntos, eles fizeram a Shady se desenvolver numa marca reconhecida internacionalmente que também inclui uma linha de roupas, uma divisão de FILMES e uma estação de rádio na Sirius XM. Em diz de sua parceria: "Eu chego até ele com o carro, e ele me mostra aonde dirigi-lo."
Agora o destino é Shady XV, que chega às lojas na segunda-feira, e ainda estava se formando até o final de outubro.
Ele está acostumado a longas horas no estúdio, que ele considera seu escritório. Com que frequência ele está lá? "Hum, com que frequência é o tempo todo?", Em pergunta. "Fora quando estou na estrada, tem sido praticamente sete dias por semana pelos últimos cinco, seis meses."
Shady XV começou como um canal para Eminem lançar um lote de canções que não tinham uma casa. O álbum é composto por um disco dos maiores sucessos da história da gravadora e um disco de 12 canções novas, nove das quais contam com Eminem. ("Eu estou nele um pouco", ironiza Em.)
O projeto inclui uma versão demo da vencedora do Oscar, "Lose Yourself", que traz letras alternativas em relação à original, e a nova canção "Detroit Vs. Everybody" com um elenco só de estrelas de Detroit: Big Sean, Dej Loaf, Royce da 5'9", Danny Brown e Trick Trick. Após seu lançamento online na semana passada, a canção se tornou um grito de guerra para a comunidade do rap da cidade. (No momento desta conversa, a canção ainda estava sendo reunida e foi citada como "The Anthem".)
Eminem é aberto e cativante. Seus recursos são afiados, seus olhos azuis penetrantes. Ao longo de 45 minutos, é fácil ver o vínculo que ele compartilha com Rosenberg: embora Rosenberg passe a maior parte de seu tempo na Costa Leste, eles se falam praticamente todos os dias, seja sobre negócios ou apenas o Detroit Lions. (Os dois estão animados com o time dos Lions este ano, à propósito, mas Em mantém a boca fechada. "Toda vez que eu digo alguma coisa, eu sinto que dou azar, então não vou dizer nada.")
Na ocasião do aniversário de 15 anos da Shady Records, no entanto, ele tem muito a dizer.
Shady RECORDS se desenvolvendo em uma marca
Eminem lançou seu primeiro álbum The SLIM Shady LP em fevereiro de 1999 e rapidamente se tornou um superstar no mundo todo. A Shady Records, que é distribuída através da Interscope, nasceu LOGO depois como uma oportunidade de fazer crescer a marca de Eminem.
"[O Paul] veio até mim com a ideia de começar a gravadora, e ao mesmo tempo eu estava procurando por uma casa para fazer alguma coisa com o D12", disse Em, se referindo ao seu grupo de rap de Detroit. Devils NIGHT do D12 foi lançado em junho de 2001 e estreou no topo da parada de álbuns da Billboard.
"Baseado no sucesso das coisas começando a acontecer com o disco do D12, foi tipo, 'Uau, poderíamos realmente fazer isso'", disse Em, que completou 42 anos no mês passado. "Eu não tinha certeza se seria possível ou não, se poderíamos realmente ter um selo e ser bem sucedido com ele... Estávamos tentando, e foi legal que estivesse dando certo. Então naquele momento, ficamos tipo, 'O que vem depois?'"
O que veio depois foi um turbilhão. A trilha sonora de "8 Mile" foi lançada em outubro de 2002, com canções de Eminem, Jay-Z, Nas, e um jovem em ascensão chamado 50 Cent. Foi um sucesso monstruoso, vendendo mais de 4 milhões de cópias. Em assinou 50 Cent à Shady Records e assistiu o álbum de 50, GET RICH Or Die Tryin', se tornar o álbum de estreia vendido mais rapidamente na história da Nielsen SoundScan, acumulando vendas de 872 mil cópias em apenas quatro dias.
Olhando para trás, foi um ponto alto.
"Houve uma época quando a gravadora era uma das coisas mais quentes no mundo", disse Rosenberg, que é conhecido como Paul Bunyan devido à sua imponente estatura física. "Depois que lançamos '8 Mile' e o álbum do 50 saiu, acho que qualquer coisa que tivéssemos lançado teria ido bem, contanto que fosse bem concebido e organizado. Eu só queria que tivéssemos lançado mais algumas coisas."
Diz Em: "Eu lancei o máximo de merdas que pude."
Sua resposta fala à maneira que a Shady Records faz negócios: para um álbum ser lançado na Shady, o Em deve ter suas impressões digitais nele por cada etapa do processo. A abordagem prática tornou Em fundamental à identidade da gravadora - dos 22 lançamentos da Shady, metade foram lançamentos de Eminem ou seus projetos paralelos - e isso impediu a gravadora de colocar um logotipo em qualquer álbum antigo e chamá-lo de um produto Shady.
Eminem internaliza o fracasso
Ainda assim, nem tudo na Shady foi um sucesso. Em meados dos anos 2000, o elenco da gravadora estava abarrotado de 'futuras estrelas que nunca foram': Stat Quo, Bobby Creekwater e Cashis. Entre os três, apenas um lançamento - The COUNTY Hound EP de Cashis de 2007 - que chegou às lojas. E após sua estreia de platina, o segundo álbum de Obie Trice, Second Round's On Me, teve um desempenho inferior comercialmente e levou a Trice deixar a gravadora.
Eminem leva os solavancos pessoalmente.
"Eu internalizo. Eu tento descobrir o porquê. Porque quando alguém chega no nosso selo e nos animamos, você tenta descobrir, 'Se eu estou tão animado com isso, o que é que não está mais se conectando com esse público?'", ele disse. "Você tenta descobrir o porquê, e você fica coçando a cabeça."
Eminem tinha coisas maiores com que se preocupar, ao que parece. Em 2006, seu segundo casamento com Kim Mathers se desfez após alguns meses, e seu melhor amigo Proof foi baleado e morto. Eminem caiu num sério abuso de drogas e engordou até cerca de 115 kg, e encontrou o fundo do poço quando sofreu uma overdose em 2007. Ele se reergueu e, coincidindo com seu próprio álbum RECOVERY, relançou a Shady Records com um novo elenco em 2010.
"As pessoas estavam perguntando o que viria depois, o que vocês vão fazer? Então olhamos isso como uma oportunidade", disse Rosenberg, que também gerencia os rappers Action Bronson, Danny Brown, e vários outros pela sua empresa Goliath. "Em primeiro lugar, focamos nos projetos do Eminem, então dissemos 'Olha, ainda temos essa coisa, vamos ver o que conseguimos fazer, se tem qualquer coisa aí que nos ANIME.' Isso marcou o início da reconciliação de Marshall com Royce [Da 5'9"], assinando o Slaughterhouse e encontrando o Yelawolf."
Radioactive de Yelawolf foi lançado pela Shady em 2011, e a gravadora lançou o segundo álbum de Slaughterhouse, Welcome To: Our HOUSE , em 2012. Ambos têm novos projetos programados para 2015.
Para algo ser um sucesso na Shady, Em e Rosenberg precisam investir igualmente.
"Temos gostos semelhantes em um monte de coisas", diz Em, que foi apresentado à Rosenberg por Proof no final dos anos 90. "Geralmente, se nós dois concordamos em alguma coisa, tentamos fazer algo com ela e isso lhe dá a melhor chance de vencer."
Diz Rosenberg: "Duas cabeças pensam melhor que uma."
Shady Records não é o único CANAL
O single "Detroit Vs. Everybody" é um bom exemplo da Shady Records colocando Detroit no centro das atenções. A gravadora, no entanto, nunca foi concebida para ser um balcão único para a cena hip-hop da Motor City.
"Houve um tempo onde todo mundo dizia, 'Cara, não conseguimos chegar [à frente] porque as pessoas acham que se a Shady não for nos assinar, a gente não deve ser da hora'... As pessoas agora sabem que não precisamos ser seu único canal, existem outras formas de fazer isso", disse Rosenberg. "Dej Loaf fez isso por conta própria. Big Sean fez isso com o Kanye... Existem muitas maneiras de romper [as barreiras] de Detroit, e estamos muito orgulhosos do fato de que somos uma delas, mas não queremos ser a única."
Numa altura em que os artistas estão encontrando dificuldades para vender álbuns, Eminem é um dos poucos cujos lançamentos ainda são considerados eventos.
No entanto, para uma pessoa pública tão importante quanto a sua, as aparições públicas de Eminem ainda são muito raras e sua relação com a fama permanece extremamente tênue.
"Eu sempre [reclamo] da fama. Eu acho que [reclamei] dela desde meu primeiro álbum", diz Em. "Eu não a entendia naquela época, eu não conseguia compreender, e eu ainda não entendo necessariamente. Eu tenho uma melhor compreensão sobre ela, mas isso não significa que sou super louco com isso."
Ele vai a jogos ocasionais dos Lions, diz Rosenberg, ele simplesmente não faz um espetáculo disso. E ele fica feliz em falar com um fã - é quando está cercado por eles que ele fica desconfortável.
Desde seu álbum de 2010, RECOVERY , a agenda de shows de Eminem tem se limitado a shows em estádios e participações em festivais. Em não gosta de ficar longe de casa, mas ele ainda tem um ímpeto em se apresentar.
"Quando eu saio em público, eu não quero muita atenção, eu não quero todo mundo me notando e olhando para mim", ele disse. "Estar no palco é uma chance para eu ser eu e não ter que me preocupar com isso."
"Tipo, todo mundo já sabe que sou eu, já estou lá, então é melhor eu fazer o máximo disso, sabe o que eu tô dizendo? É parte de deixar o hamster sair de sua gaiola."
O single "Detroit Vs. Everybody" é um bom exemplo da Shady Records colocando Detroit no centro das atenções. A gravadora, no entanto, nunca foi concebida para ser um balcão único para a cena hip-hop da Motor City.
"Houve um tempo onde todo mundo dizia, 'Cara, não conseguimos chegar [à frente] porque as pessoas acham que se a Shady não for nos assinar, a gente não deve ser da hora'... As pessoas agora sabem que não precisamos ser seu único canal, existem outras formas de fazer isso", disse Rosenberg. "Dej Loaf fez isso por conta própria. Big Sean fez isso com o Kanye... Existem muitas maneiras de romper [as barreiras] de Detroit, e estamos muito orgulhosos do fato de que somos uma delas, mas não queremos ser a única."
Numa altura em que os artistas estão encontrando dificuldades para vender álbuns, Eminem é um dos poucos cujos lançamentos ainda são considerados eventos.
No entanto, para uma pessoa pública tão importante quanto a sua, as aparições públicas de Eminem ainda são muito raras e sua relação com a fama permanece extremamente tênue.
"Eu sempre [reclamo] da fama. Eu acho que [reclamei] dela desde meu primeiro álbum", diz Em. "Eu não a entendia naquela época, eu não conseguia compreender, e eu ainda não entendo necessariamente. Eu tenho uma melhor compreensão sobre ela, mas isso não significa que sou super louco com isso."
Ele vai a jogos ocasionais dos Lions, diz Rosenberg, ele simplesmente não faz um espetáculo disso. E ele fica feliz em falar com um fã - é quando está cercado por eles que ele fica desconfortável.
Desde seu álbum de 2010, RECOVERY , a agenda de shows de Eminem tem se limitado a shows em estádios e participações em festivais. Em não gosta de ficar longe de casa, mas ele ainda tem um ímpeto em se apresentar.
"Quando eu saio em público, eu não quero muita atenção, eu não quero todo mundo me notando e olhando para mim", ele disse. "Estar no palco é uma chance para eu ser eu e não ter que me preocupar com isso."
"Tipo, todo mundo já sabe que sou eu, já estou lá, então é melhor eu fazer o máximo disso, sabe o que eu tô dizendo? É parte de deixar o hamster sair de sua gaiola."
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