Engenheiro de estúdio Chris Conway, que trabalhou com Eminem
em The Marshall Mathers LP, fala sobre o processo de gravação e muito mais:
"Foi muito bom para trabalhar com o Eminem. Sua ética
de trabalho era de primeira qualidade. Trabalhamos como 17 horas por dia
durante duas semanas seguidas. Eu estava muito inspirado por seu estilo e
técnica vocal. Perguntei ao Paul Rosenberg (gerente do Eminem) se eu poderia
alugar alguns microfones porque havia certos tipos de microfones que eles não
tinham. Paul disse: 'Sim, pegue o que quiser, o que você precisar". Eles
tinham um orçamento muito bom para o álbum. Acabei alugando como 12 microfones...
Eu montei todos na cabine de voz. No primeiro dia o Em entrou [na cabine] e foi
de microfone para microfone tentando coisas diferentes. No final da sessão, já
tínhamos escolhido os microfones que nós gostamos. Falei tipo 'Quais que você
quer ficar?'. A resposta do Eminem foi "Fique com todos", então foi
exatamente isso que fizemos. Nós acabamos usando tudo. Nós usamos microfones
diferentes para músicas diferentes".
"A razão pela qual ficamos com todos os microfones foi
que talvez três ou quatro dias depois, o Em voltaria para uma música (onde já
tínhamos gravado a letra) não para fins de desempenho, mas porque ele mudou a
letra ou algo assim".
"O Marshall sabia sempre qual microfone usávamos para
uma certa música. Nós tínhamos todos os microfones ainda na cabine de voz por
todo o tempo e ele iria direto pro microfone certo. Ele tinha uma ótima técnica
de microfone também. Ele fazia certas coisas tipo (bloquear uma narina
levemente com o dedo) para um refrão ou algo assim. Ele conseguia ouvir se ele
etivesse um milímetro fora. Ele ouvia essa diferença. Na maioria das vezes, com
os artistas, eu tinha que dizer à eles 'Vamos tentar isso de novo. O tom tá
fora'. O Em notava isso sozinho. Dentro de algumas tentativas ele conseguia
igualar o som perfeitamente: .
Com os seus vocais, Em conseguia ficar lá e juntar com o seu
rítimo antes dele até mesmo ir para o microfone. As vezes faríamos algumas
barras para aquecer sua voz e para o nível de som daí ele conseguia gravar em
uma tentativa".
Perguntaram ao Chris o que mais ele conseguia lembrar das
sessões o Marhsall Mathers e ele respondeu: "Eu me lembro que ele escreveu
'Stan' no estúdio. Ele criou os dois primeiros versos. Era apenas ele e eu na
sala. Ele estava me perguntando 'O que mais um fã poderia dizer à um artista?'.
Eu falei pra ele que achava que ele já tinha falado tudo mas perguntei por quê
ele não tinha escrito o terceiro verso de seu ponto de vista para o fã. Eu tive
uma grande marca em 'Stan' no sentido de guiá-lo nessa direção. Eu acho que
essa é uma das partes da música que ele realmente fez um grande impacto e
realmente deu uma direção à música".
Após finalizar os versos, o Em estava tentando criar um
refrão. Enquanto ele escrevia o refrão eu estava lá só brincando com o painel.
A batida consistia em um kick (percussão), retorno, hi-hat e o loop da Dido. Eu
joguei o loop da Dido em outros dois canais e eu usei o EQ para filtrar todos
os vocais e as partes altas para que restasse apenas uma faixa com o grave.
Durante os versos eu cortei o loop da Dido, e apenas deixei a versão filtrada e
quando o verso acabou, eu coloquei o loop da Dido com os vocais. Ele olhou pra
mim e falou 'Esse é o refrão". Nós simplesmente sabíamos olhando um para o
outro que ele não precisava escrever um refrão".
Fonte : Eminem Brasil
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