terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eminem e Yelawolf entrevista à VIBE Magazine - Parte 1


Confira abaixo a entrevista do Eminem e Yelawolf para a revista VIBE:


[...] Depois que as fotos foram tiradas, Yelawolf sentou-se dentro de um trailer, de uma forma meio desajeitada em uma cadeira baixa. Eminem está próximo, inclinado para frente com os cotovelos sobre seus joelhos; o boné cobrindo seus olhos. Ele tem um símbolo de diamante que significa sobriedade pendurada em seu pescoço. Quando ele fala, espia por debaixo da aba do seu boné para fazer uma observação.

Essa é a primeira entrevista dos dois juntos, Yelawolf dirá mais tarde com entusiasmo. Naquele momento Eminem estava louvando seu novo ‘protégé’, um parceiro que por acaso também é branco.
“Claro que ele é branco” Eminem começa. “Mas eu estou escutando o que ele está dizendo e como está rimando, e ele não se parece com nada que eu havia ouvido antes. Ele não age como um rapper que quer parecer como eu ou como outro qualquer. Ele tem um som raro em sua voz, em seu delivery.”

VIBE: Você vem construindo a nova Shady Records desde que assinou com o Slaughterhouse. Como o Yelawolf se encaixa em sua versão global da Shady?

EMINEM: Não tenho certeza se há uma visão definida. Desde que eu passei por um assunto pessoal, depois de começar a ficar limpo, nosso único plano era restabelecer o selo. E eu tenho a fé de que ‘Yelawolf’ será um grande nome. Isso sempre foi empolgante para mim, porque eu amo demais o Hip-Hop a ponto de trazer novos artistas e ajudá-los a chegarem onde querem. Mas também é quase como se eu sentisse que estou ajudando o Hip-Hop.

Você mencionou sobre se tornar limpo. Você está completamente limpo nesses tempos em relação à álcool e drogas?

EM: Exceto pela Heroína que injetei essa manhã. Exceto isso, estou limpo. [Risadas]

Enquanto você está limpo, Yelawolf fuma maconha e...

YELAWOLF: Não, não fumo.

Eu ouvi você dizendo isso na sua música.

YW: Eu comecei a fumar maconha com 11 anos. Aos 12, eu usava pó. Aos 13 no ácido; aos 16 estava vendendo êxtase na escola. Não era porque eu me sentia bem, era porque eu era um lixo. Era chamada de balinhas de chocolate, e tinha heroína dentro. Eu levava isso para a sala de aula. Eu estava pegando muito pesado nas drogas, e tive uma esperiência ruim que durou por meses.

O que aconteceu quando você teve essa longa experiência?

YW: Você passa para o outro lado. [Risadas] Bom, eu fiquei para o lado da minha avó em Gadsden (Alabama) por um bom tempo. Usei algumas drogas diferentes, e eu tive uma experiência ruim que durou por alguns dias. Depois, eu dei uma parada e meu parceiro disse que cogumelos não eram o mesmo, então nós fomos a um pasto, pegamos a parte superior dos cogumelos e as misturamos com chá doce. Mas parei.

Como você se via e se sentia durante todos aqueles meses?

YW: Eu estava tendo alucinações ataques de ansiedade. Suicida. Tipo, eu não poderia viver do jeito que me sentia. Depois disso, eu não fiz merda por anos. Eu bebi água. Não fumei. Não fiz nenhum tipo de merda. Depois, eu comecei a beber um pouco, e em seguida, bastante. Eu tentei fumar maconha. Mas ela traria de volta a ansiedade. O por quê de eu sentir que tenho o direito de falar sobre isso, é porque eu fiz. Minha mãe continua fumando maconha até hoje. Eu tenho fotos minhas de quando eu tinha 5 anos de idade, em que eu estava ao lado de uma plantação. Mas eu nunca disse em uma música que eu fumo maconha.

Como você está lidando com isso tudo agora?

YW: Eu bebo, e tento ficar sóbrio. Na noite anterior da gravação de ‘Hard White’, eu briguei com um cara em um bar, e joguei minha cerveja toda nele. Eu realmente perdi a cabeça.

EM: Uma história bem familiar. [Risadas]

Você já usou muitos alucinógenos também?

EM: Não. Muito Valium. E Ambiem. Nenhum desses dois são alucinógenos. Ambiem é como um apagador de memória. Eu lembro que eu estive na TV por algumas vezes, e não lembrava que eu havia ido.

Yelawolf, você se juntou com Kid Rock em ‘Let’s Roll’. O que você lembra sobre quando o conheceu pela primeira vez?

YW: Eu sempre soube que haveria comparações quando comecei. É com isso que você lida estando com o Marshall e com o Kid Rock.

Você está dizendo que o fato de vocês serem brancos, sempre haverá comparações?

YW: Bom, logo no início, sim. Mas culturalmente, eu estava fazendo uma conexão com eles dois. Com o Kid Rock, era o país, sua conexão com a NASCAR, a rebeldia, o lado do selvagem garoto caipira. Meus tios são desse jeito. Eu cresci nesse mundo. No lado do Hip-Hop, Marshall trouxe isso. Eu senti que como se eu estivesse compartilhando elementos de cada um. Eu disse uma vez: “Um dia, quero conhecer os dois.” Juro por Deus. Eu coloquei isso na minha cabeça, e eu quis fazer isso acontecer. Eu não tinha idéia de que eu iria acabar na Shady, ou que eu iria um dia estar com o Marshall na casa do Kid Rock. Então isso foi surreal.

Então, quando você chegou (Na casa do Kid Rock), o que você viu?

YW: Quando chegamos, o Bob (Kid Rock) estava em um carro de golf do Waylon Jennings. Nós entramos e havia dois canhões em frente à sua casa. Vários artefatos americanos clássicos. Cartas do Johnny Cash em suas paredes. Pedaços de suas histórias em sua casa de shows, onde ele fazia abertura para o Too Short. Eu e o Marshall jogamos bola, e a propósito, eu ganhei.

Em breve, segunda parte da entrevista.


Agradecimentos a Sergio M.

Fonte : Shady Brasil

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